– Se ganhar não bebo refrigerante por um ano.
– Se aquele cara segurar o pênalti, te pago uma cerveja amanhã.
– Juro que se a gente levantar a taça eu vou subo de joelhos até a igreja do Santo Expedito.
E por aí vai milhares e milhares de frases que, independente do time que o cidadão torça, são ditas no momento de maior aflição. Pois se tem algo em comum dentre milhares de humanos que amam o futebol, as promessas malucas certamente são as que chegam em primeiro lugar.
Dia de jogo, semi final ou final de campeonato, não importa. Se for sozinha ou com um amigo também não interessa, afinal, ao chegar no estádio terão mais uns 40 mil amigos de primeira (e última) vista que estarão contigo pelo mesmíssimo propósito.
Já na fila do cachorro quente começa aquele papo “apostei uma caixa de cerveja com meu colega do trabalho que a gente levanta mais essa”. Até aí, as 12 latinhas são inocentes e baratas comparando com o desenrolar de todo os 90 minutos que ainda estão por vir.
No momento de jogo, aquela tensão maluca e também segurança de que dois ou três gols vão sair. Afinal você sonhou que o craque do time recebia uma jogada iniciada de escanteio e finalizava num cabeceio. Claro que isso iria acontecer, afinal essa ta,bem virou uma aposta com o vizinho de porta. A pessoa pode parecer a mais descrente do mundo, mas em dia de jogo vira Pai de Santo, Bola de Cristal, tem premonições, tudo!
O desenrolar do jogo não começa da forma mais esperada. Afinal aqueles 3×0 que havia gritado no escritório como ar de adivinhação já havia ido para as cucuias quando o outro time lançou uma bomba não dando chance para o seu goleiro. Olha para o lado do cidadão ao lado que também demonstra face de horror e avisa “acho que dá e se der, vai ter churrascada no domingo”.
A situação piora quando o craque do time, aquele mesmo do gol dos sonhos, se lesiona e precisa ser substituído. O que serão das premonições agora? Será que o profeta que havia baixado em você estava com defeito de fábrica? Só não promete a venda da mãe porque não dá.
Para tudo que, como se bastasse levar um gol, agora tomaram mais um. Esse é aquele momento de ajoelhar e pedir para o primeiro santo que vier a cabeça. Pois se a vontade dos jogadores não estava dando para colaborar, talvez alguma divindade acima poderia ajudar.
– Só um empate e eu já faço 10 doações de cestas básicas para a instituição de crianças carentes.
Independente do final do resultado, esteja você feliz ou não, você sai do estádio carregado de dívidas e de missões para cumprir. O adeus ao doce, ao dinheiro que terá que gastar e aos joelhos que ficarão meio calejados por causa das escadas.
E quem disse que ele aprende? Mais uma final, mais uma promessa.