Vitória com um toque ímpar.

5-7-9 não é um sistema tático de futebol, mas hoje, contra o Bahia, foi o jeito que o Grêmio conseguiu carimbar a permanência no G-4. Afinal de contas, os gols saíram dos pés dos donos da sequência ímpar do uniforme gremista.

Domingo combina com sol, com futebol e com estádio lotado. Hoje, Porto Alegre teve uma tarde cinza, mas, nem por isso, o Olímpico foi um estádio vazio. Em mais uma vitória do Grêmio na sua casa, o futebol apareceu da melhor forma: pegado, equilibrado e resultando em gols.

No primeiro tempo, o domínio foi todo dos mandantes. Com destaque para as atuações de Gilberto Silva, Souza, Zé Roberto e Pará, o Grêmio possuiu mais posse de bola e deu muito trabalho para o goleiro Marcelo Lomba, ele que teve uma tarde inspirada e segurou todas as chegadas do ataque gremista.

Mas se o Bahia tinha o seu Marcelo como destaque, pelo lado do Grêmio o Marcelo Moreno não estava conseguindo efetivar as jogadas e balançar as redes adversárias. O camisa 9 do tricolor recebeu bola do Pará, do Kleber, do Elano, Zé Roberto, mas a bendita redondinha parecia não querer entrar. E, se não vai por bem, que vá por mal. Ou melhor: que vá a força.

A jogada que resultou no primeiro gol do Grêmio, começou nos pés de um novo ídolo do torcedor. Desde a sua chegada no clube, Elano caiu no gosto da torcida – mesmo sem ter balançado as redes vestindo a camisa sete do tricolor, o meia não precisou de muito tempo para agradar o torcedor gremista. Numa cobrança de lateral, Elano tentou mandar a bola para Kleber; o camisa 30, antes de pensar em dominar, foi derrubado pelo conhecido zagueiro Titi. Pênalti marcado e comemorações calorosas de mais de vinte mil torcedores. Motivo de chacota no que diz respeito à cobranças de penalidades máximas, Elano foi o escolhido para bater. Sem chances para o goleiro Marcelo Lomba, o meia mandou no lado direito e deixou, pela primeira vez em sete jogos, a sua marca com a camisa azul, branca e preta.

Grêmio

Foto: Guilherme Testa

O segundo gol parecia sair numa pequena questão de tempo. O Grêmio estava bem posicionado, pressionando um Bahia destemido, mas não conseguiu sucesso durante o primeiro tempo de partida.

Na volta, um jogo com uma outra cara. O técnico Caio Junior teve estrela e colocou um jogador que atrapalhou a defesa gremista: Lulinha chegou e já levou perigo nos primeiros três minutos do tempo complementar. Com a sua defesa exposta, Luxemburgo tirou o lateral Edilson, para colocar Léo Gago, assim como trocou Fernando por Marquinhos.

Diferente do primeiro tempo, o Grêmio não conseguia se impôr. O Bahia esteve muito bem, principalmente nas jogadas de contra-ataque e começou a dar o trabalho que Marcelo Grohe não teve nos primeiros quarenta e sete minutos. A sorte? Gilberto Silva, o capitão, protegeu muito bem a defesa. Ele que foi quem puxou as orelhas de Werley, quando o zagueiro não marcou Fahel e apenas assistiu o time nordestino chegar ao empate.

1 a 1, com os resultados paralelos de momento, levavam o Grêmio para a sexta colocação. Do céu, à zona do limbo. O Grêmio poderia terminar em terceiro, mas estava vendo a rodada fechar com Inter na quarta colocação e sem figurar na zona de classificação à Libertadores da América.

Num segundo tempo de pressão e muita correria, o jogo tinha tudo para terminar igualado e, inclusive, seria um resultado de justiça se assim acontecesse. Só não avisaram isso a Souza, que aproveitou a boa cobrança de escanteio de Marquinhos e, de cabeça, mandou a bola pro gol. Com a torcida delirando por estar de volta ao G-4 e carimbar mais uma vitória importante dentro do Olímpico, que está com seus dias contados, o Grêmio encaminhou os três pontos já nos últimos minutos de jogo.

Agora, voltamos ao topo da crônica. Marcelo Moreno não conseguia balançar as redes. Marcelo Lomba estava defendo todas as bolas. Com 2 a 1 para o Grêmio, o filme tinha tudo pra mudar. E Moreno quis ser um dos protagonistas nessa história de comemoração. O camisa 9 viu o camisa 5 e o camisa 7 balançar as redes adversárias; pra fechar a tarde que já virava noite com chave de ouro, o atacante boliviano completou a sequência ímpar e, com um golaço encobrindo Lomba, fez a torcida que tanto o aplaude no anúncio inicial dos jogadores, incendiar o estádio Olímpico Monumental.

Em poucos segundos, Mancini foi expulso e todo o elenco do Bahia, inclusive membros da comissão técnica, pressionaram a arbitragem. Com inúmeras reclamações, o time nordestino povoou o meio de campo em vão: o árbitro trilou o apito. Grêmio, no G-4, 3, Bahia, no Z-4, 1.

GRÊMIO

Marcelo Grohe; Edilson (Léo Gago), Werley, Gilberto Silva e Pará (Tony); Fernando (Marquinhos), Souza, Elano e Zé Roberto; Kleber e Marcelo Moreno – Técnico: Vanderlei Luxemburgo

BAHIA

Marcelo Lomba; Diones, Danny Morais, Titi e Ávine (Lulinha); Fabinho, Fahel, Hélder e Mancini; Zé Roberto (Ciro) e Junior (Magno) – Técnico: Caio Junior

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