Muito chilique para pouco futebol

O último Gre-Nal do Estádio Olímpico deixou muito a desejar no quesito “futebol”. Tanto Grêmio quanto Inter esqueceram durante os 90 minutos que o objetivo maior é jogar bola e não somente provocar o adversário. Os dois times foram a campo encolhidos, com medo de perder uma partida tão significativa. E, convenhamos: MEDO não combina com o futebol gaúcho.

O próprio Gauchão é um campeonato reconhecido pela garra com que é disputado. Disputa de bola no barro, abaixo d’agua, em meio à cerração, nada assusta os times do Rio Grande. Mas com o Gre-Nal, a coisa tem sido diferente. Com ambos os times preocupados mais com a defesa do que com o ataque, tivemos um clássico morno, que só saiu do zero a zero em termos de expulsões.

Muito mimimi. Jogar bola que é bom, nada!

Muito mimimi,  mas jogar bola que é bom, nada!

A rivalidade deveria ser algo positivo, saudável e divertido, mas está acabando com a beleza dos clássicos. Bons tempos quando Grêmio e Internacional se preocupavam em vencer o jogo e dar show para suas torcidas. O que vimos ontem reflete a realidade atual do futebol: dentro de campo, profissionais que deixam a desejar e não fazem jus ao salário astronômico que ganham. Fora de campo, o que era diversão passou a ser levado a sério demais.

Nas arquibancadas, em vez de comemorações de gol ou de belas defesas, vimos meia dúzia de “torcedores” comemorarem o fato de uma bomba ter nocauteado um funcionário colorado. E quem perde com isso, além do rapaz ferido? O Grêmio, que pode perder mandos de campo na casa nova e, provavelmente, terá que pagar uma bela indenização pela gracinha que, em tese, foi obra de alguém que devia ter ido fazer festa e de despedir de seu vitorioso estádio.

Na despedida do Olímpico, o espetáculo foi fora de campo - Foto: Lucas Uebel

Na despedida do Olímpico, o espetáculo foi fora de campo – Foto: Lucas Uebel

Fora esse fato lamentável, a torcida gremista foi a responsável pelo espetáculo esperado. Foi emocionante ver a avalanche, que tanta polêmica causou nos últimos dias, tomar conta do Casarão Tricolor. O Estádio todo descendo ao mesmo tempo, a volta olímpica em homenagem aos ídolos gremistas, são esses os fatos que irão permanecer na memória de todos os amantes do futebol. Então, que sejam esquecidos os fatos negativos que, infelizmente, fizeram parte da despedida. Que somente os belos momentos sejam levados na lembrança de quem esteve no Olímpico para o último adeus. E que venha a Arena e, com ela, muitas glórias para o futebol gaúcho!

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